Religião, Diversidade e Inclusão nas Empresas


Por Rizzo Miranda

Você sabe qual é a religião das pessoas que trabalham com você?

Essa pergunta incomoda? Não deveria... talvez seja essencial observar a resposta. Digo isso porque é possível que as pessoas que têm suas crenças conhecidas nos corredores das empresas sejam aquelas que “destoam” da maioria.

"Mas o que é a maioria?"

De acordo com o último censo do IBGE de 2010, os católicos e os evangélicos são a maioria no Brasil, com cerca de 64% da população seguindo a primeira religião e 22% a segunda. Esses dados provavelmente mudaram, uma vez que o resultado da pesquisa realizada em 2022 ainda não foi divulgado.

E temos um fato crítico pois, infelizmente, o número de denúncias de intolerância religiosa registradas no Disque 100 - serviço do governo - aumentou de 615 em 2018 para 1.418 em 2023, incluindo situações ocorridas no ambiente profissional.

Ao longo da minha vida, principalmente na infância acompanhando minha mãe, tive uma jornada absolutamente sincrética. Íamos na igreja católica, espiritismo, umbanda e outras. Hoje, me sustenta demais a minha fé na "Nazinha" (licença espiritual para tratar Nossa Senhora de Nazaré com a intimidade dos que se falam todo dia num diálogo que me é imprescindível).

Participar do Círio de N. Sa de Nazaré faz parte da minha história, da minha cosmovisão. Essas vivências me trouxeram uma abordagem plural da fé, me tornando mais respeitosa com as diversas crenças e culturas. Percebi que a religião pode ser um caminho para o autoconhecimento e conexão com o divino em dimensões bem específicas para cada pessoa, uma busca que vale a pena demais.

Introduzir essa temática nas empresas é promover Diversidade e Inclusão. O diálogo é a chave para quebrar preconceitos e estigmas, melhorando o clima organizacional e demonstrando interesse genuíno em contribuir para a construção de uma sociedade mais tolerante e respeitosa. Conhecer, além das questões técnicas, as pessoas com quem você trabalha é fundamental para humanizar e permitir a construção de uma marca com mais olhares.

Ah, vale dizer que pratico hoje o espiritismo kardecista. Minha mãe e Nazinha sempre acharam isso muito bacana. E eu penso que o universo me entende bem nessa diversidade. E eu gosto disso e me faz muito bem.

Vídeo: feito por mim durante o Círio 2023, em Belém, Pará, Brasil.

Foto: Fabricio Colene - Círio de Nazaré

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