Um Lugar Chamado "Inspira" com Karina Meyer


Por Rizzo Miranda

Você vai parar 2 minutos para ler as respostas do “Inspira” de hoje. Mas tenho certeza que vai querer um mundo de tempo para usufruir das reflexões da Karina Meyer. É assim, ela te conquista em segundos. Quando a vi em reuniões por Teams, isso mesmo, naquelas insuportáveis janelinhas onde mal se vê o rosto da pessoa (menos ainda o olhar) me encantei pela maneira especial como ela conduzia (conduz) pequenos detalhes da conversa. Mesmo em temas de alta complexidade. Uma força de inspiração que ela gera para o time. E para quem está ao redor, como eu. Karina é Diretora de Marketing da VR e tem uma jornada lindíssima, incluindo The Body Shop e Kantar. Toda reunião com ela (sim, ela é nossa cliente!). Que sorte!

Rizzo:

O volume de dados do SXSW é brutal. Mas há sempre aquela informação que você pensa: isso eu quero muito ver acontecer, isso tem a ver comigo!. O que você colocaria nesse lugar?

Karina:

A experiência do SXSW é transformadora, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional, muito se falou de Inteligência artificial e o impacto que veremos na sociedade nos próximos 10 anos, apesar de tanto medo e preocupação sinalizado em cada debate, eu prefiro sempre ter um olhar mais otimista em momentos como esses e acreditar que temos uma oportunidade como sociedade de convergir o lado humano com a tecnologia, principalmente frente a dois aspectos: Pensamento Crítico e Impacto Social.

Da perspectiva do pensamento crítico, se conseguirmos de fato olhar a IA como uma ferramenta de ganho de eficiência, teremos um tempo precioso de volta e poderemos nos dedicar com mais qualidade em expandir e aprofundar o nosso conhecimento sobre temas, que hoje olhamos de forma superficial. Vivemos em uma sociedade adoecida de informações, sem critérios, sem julgamentos e refém dos algoritmos que moldam nossas opiniões. Recuperar tempo e transformá-lo em conhecimento profundo nos tornará melhores líderes, profissional e seres sociais. Para isso acontecer as conexões humanas, as experiências, o fortalecimento das comunidades serão chave nesse momento. Isso nos trará de volta a capacidade de construir narrativas e estórias que nos diferenciam das máquinas e nos fortalecerá de forma individual e coletiva. Essa reconexão com o humano pode inclusive diminuir os danos de problemas relacionados a saúde mental, que são reflexos de uma sociedade individualista e solitária.

Por outro lado, a transformação impulsionada pela IA pode acelerar as desigualdades sociais ou se tornar uma ferramenta potente para diminuí-la. Hoje ainda enfrentamos um cenário de racismo algorítmico, exclusão digital e trabalhos operacionais que podem ser substituídos por IA em grupos menos favorecidos, que podem ficar ainda mais marginalizados. Usar a IA para identificar mecanismos e forma de reduzir esses gaps sociais pode ser uma grande entrega para o futuro de uma sociedade mais justa.

Rizzo: Qual é a pessoa que você ouviu lá que mais te inspirou e que você recomendaria que a gente acompanhasse, ficássemos atentos?

Karina:

A palestra mais incrível, sem sombra de dúvidas, para mim foi a dos Daniels (diretores do Filme Tudo ao mesmo tempo agora): Why We Tell The Stories We Tell, não apenas pela narrativa potente e o formato do storyteeling construído, mas principalmente pelas provocações feitas em relação ao papel da IA versus o que nos torna mais humanos que é a nossa capacidade de contar histórias. Ela está disponível no YouTube na íntegra.

*Conteúdo também disponível no LinkedIn.