Um lugar chamado "Inspira"


Por Rizzo Miranda

Considero admirar uma pessoa uma forma de educação continuada. Por conta dessa crença vou começar aqui, hoje, no meu perfil, uma preciosidade quinzenal, sempre com duas perguntas para pessoas e profissionais que estão na minha lista de pessoas necessárias. Chamei de “Inspira”. Tanto pelo significado “fazer nascer o entusiasmo criador” quanto sobre “inspirar o ar”. Nos dois casos, essenciais! O "Inspira" de estreia é com a Tatiana Gracia, um dos maiores talentos da Mondelēz International na Transformação, Inovação, Qualidade… uhh! Uma pessoa incrível. Agradecida Tati!

Rizzo: Você aborda com brilhantismo a questão da empatia e da humanização no universo do marketing, no mercado, enfim. Como avalia, em 2024, esse impacto nas empresas 1 ano após o país ter ficado muito polarizado. Progrediu? O que ainda é preciso fazer?

Tatiana: Em 2024, após um período de intensa polarização no Brasil, é possível observar uma busca no que diz respeito à empatia e humanização no universo do marketing e nas práticas de liderança. Trago em destaque:

Maior Consciência Social nas Empresas: Empresas estão se tornando mais atentas ao seu papel social e buscando estarem alinhadas com valores sociais e ambientais em resposta a uma demanda crescente dos consumidores por marcas que não apenas ofereçam produtos e serviços de qualidade, mas que também demonstrem compromisso com questões sociais relevantes.

Comunicação Mais Empática: Há um esforço visível, porém, ainda em adotar uma comunicação mais inclusiva e empática, valorizando diversas perspectivas e a inclusão de vozes diversas nas narrativas de marca.

Lideranças Mais Humanizadas: Líderes estão começando a reconhecer a necessidade de adotar práticas de gestão mais humanizadas, promovendo ambientes de trabalho inclusivos e empáticos, o que influencia positivamente a cultura organizacional e o bem-estar dos colaboradores.

Apesar dos avanços, os desafios são grandes e aceleração dessas habilidades são cruciais!

Para isso, é essencial garantir que a empatia e a humanização sejam mais do que meras estratégias de marketing ou programas de recursos humanos, tornando-se valores fundamentais da cultura da empresa. Isso exige uma abordagem autêntica e consistente, investimento no desenvolvimento dessas habilidades e desenvolvimento de métricas que avaliem o impacto e estejam refletidas na performance e bônus dos gestores.

Rizzo: Este ano há uma expectativa de grandes eventos relacionados ao clima e a uma virada mais acentuada para os temas de IA que impacta vários aspectos. Olhando sua expertise no tema, como isso chega para a dinâmica do mercado de trabalho, especialmente no foco intergeracional?

Tatiana: Em 2024, percebo que a evolução na IA e os eventos climáticos significativos estão criando um impacto notável no mercado de trabalho, particularmente na dinâmica intergeracional. O avanço da IA está redefinindo as competências necessárias em todas as faixas etárias, exigindo dos jovens habilidades digitais avançadas e dos mais velhos uma adaptação rápida às novas tecnologias. Isso cria uma oportunidade única para uma colaboração intergeracional, onde o conhecimento tecnológico pode ser complementado pela experiência e conhecimento contextual.

Além disso, a urgência dos desafios climáticos está fomentando uma consciência ambiental que atravessa todas as gerações, levando à necessidade de inovações sustentáveis e de uma força de trabalho versátil e adaptável.

Ao meu ver, este novo cenário gera tanto desafios quanto oportunidades para o mercado de trabalho. As organizações precisam abordar a lacuna de habilidades entre diferentes gerações, incentivando a troca de conhecimento e o letramento sobre etarismo, essa deveria ser a nova norma. Esta abordagem não só melhora a adaptação às mudanças tecnológicas e ambientais, mas também enriquece a cultura organizacional, aproveitando a mistura de experiências e perspectivas para enfrentar os desafios contemporâneos de maneira mais eficaz e inovadora.

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